Tradicionalmente, as bibliotecas e particularmente as
bibliotecas escolares têm como principal missão contribuir para a melhoria da
qualidade das aprendizagens e do sucesso educativo dos nossos alunos. A questão
que se coloca é: o que fazer para alcançar esses objetivos?
As
mudanças que estão a ocorrer ao nível das TIC e os seus reflexos nos hábitos e
padrões de leitura e acesso à informação, permitem aumentar a eficácia dos
serviços e melhorar a aprendizagem dos alunos.
Com
a aplicação das ferramentas da Web 2.0 as escolas e em particular as
bibliotecas, tendem a fazer dos utilizadores participantes ativos na construção
do conhecimento. Mais do que uma tecnologia, a Web 2.0 pode ser definida como
uma nova atitude e uma nova forma de as pessoas se relacionarem com a Internet.
Tendo
em conta as definições de Merlo Veja (2007), citado por Cassia Cordeiro Furtado
em Bibliotecas Escolares e Web 2.0, serão
poucas, a meu ver, as bibliotecas que usam as tecnologias de forma interativa. Não
esqueçamos que a maioria dos professores e dos profissionais de biblioteca são migrantes
digitais e ainda não estão plenamente adaptados às novas tecnologias. Gómez
Hernandez (2008), citado também por Cassia Cordeiro Furtado, defende que é
necessário repensar a formação inicial dos bibliotecários e dos professores, para
além da necessidade de uma formação permanente. Este é, na minha opinião, o
fator central em torno das BE. Pela realidade vivida na minha escola, acrescentaria
ainda outros profissionais, como as Assistentes Operacionais, ligadas à BE, e
os próprios elementos da direção e administração da escola. Só assim remaríamos
todos para o mesmo lado e no mesmo sentido. De resto, de pouco nos serve a
formação quando não nos é possível aplicá-la na prática, porque ela não é entendida
e se prefere o modelo tradicional de uma biblioteca passiva, porque é essa e só
essa que conhecem.
Também
é verdade que a Web 2.0 não garante, por si só, o êxito de uma biblioteca ou
dos seus intervenientes. É necessário uma atitude inovadora e motivadora por
parte do professor bibliotecário e de todos os utilizadores. O professor
bibliotecário deve ter uma atitude colaborativa com os restantes professores,
como forma de facilitar e orientar o processo de aprendizagem como base nos
novos recursos.
O
professor bibliotecário deve, assim, ser:
-
Gestor de recursos materiais e humanos,
gestor da informação e gestor dos
espaços e equipamentos;
-
Promotor de hábitos e/ou competências
de leitura, da literacia e da informação;
-
Parceiro que colabora, coopera e
articula com os demais agentes educativos
com vista ao sucesso educativo;
-
Avaliador de serviços. (RBE).
Como
conclusão diria que precisamos de ter a convicção de que as tecnologias
emergentes da Web 2.0 estão ao nosso alcance e como tal não as podemos ignorar.
Os nossos alunos, nativos digitais, sentir-se-ão melhor inseridos na escola se
a biblioteca e a sala de aula lhes proporcionarem acesso a recursos e a
ferramentas mais condicentes com a atualidade.
Principais Referências
Bibliográficas:
FURTADO, Cassia Cordeiro – Bibliotecas escolares e web 2.0 : revisão da literatura sobre
Brasil e Portugal. Porto Alegre : Em Questão, 2009. 135-150 p.
MANESS, Jack M. – Teoria
da biblioteca 2.0: web 2.0 e suas implicações para as bibliotecas. Colorado
: MLS, University of Colorado at Boulder Libraries, 2007.43-51 p.
Sem comentários:
Enviar um comentário